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Sobre Darwin em "A Origem", Romance Biográfico

  • Eduardo Parreira
  • 20 de set.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de out.

Onde a realidade e a ficção se encontram e se afastam, por completo.


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O senhor Charles Darwin real, se transportado ao século XXI, seria o que hoje os ambientalistas chamariam de “um completo escroto”. Mas ele era um naturalista e antropologista, não um ambientalista nem defensor dos animais e espécies.

Filho de um rico e prestigiado médico inglês que lhe deixou uma considerável fortuna, fez dele o que hoje chamaríamos de um esnobe, mimado e vagabundo. Como ele mesmo indica, nunca gostou realmente de estudar e nem se dedicou a nenhuma área do conhecimento ou da ciência em especial na juventude. Também não conseguiu aprender suficientemente outro idioma além do inglês. Suas principais atividades eram andar a cavalo, o tiro ao alvo, a caça de perdizes, bebedeiras e algazarras com os amigos inúteis de famílias abastadas.

Quando um de seus professores sugeriu que ele participasse de uma viagem de pesquisa e aventura ao redor do mundo, seu pai determinou que ele deveria se formar em medicina ou tornar-se um clérigo da igreja Anglicana. Foi um tio de relativo sucesso de Darwin que convenceu seu pai que Charles participar como cartógrafo e naturalista de uma expedição de dois anos a bordo do HMS Beagle, sob a supervisão do rígido capitão Fitz-Roy poderia transformá-lo de um garoto inútil em um homem, eventualmente de sucesso, caso publicasse algo útil. E assim começou a maior e única aventura de Darwin.

Mesmo ao longo da viagem, que terminou por levar cinco anos, a curva de amadurecimento de Charles Darwin foi baixa, no quesito social e ambiental. Continuou atirando em aves e animais, não só pela pesquisa, mas por diversão. Certa vez durante a viagem, como ele mesmo descreveu, matou uma raposinha que se aproximou curiosa e inocentemente dele, com seu martelo de espeleologia. Embora tivesse ficado surpreso e indignado com a escravidão que presenciou em alguns países, em particular no Brasil, não necessariamente tratava negros e nativos da mesma forma que tratava os conterrâneos e europeus.

E aqui relato tudo isso para separarmos o homem de sua obra e ambos do personagem e narrativa romantizada que criei. Considerem uma licença poética, minha forma de homenagem ao homem que, mesmo sem as características que hoje consideramos importantes ou “ideais”, realizou um feito incrível, e lançou as bases de nosso entendimento da evolução, não só das espécies, mas da humanidade e desenvolvimento da vida no planeta.

Considerem também a época, o contexto social, econômico e principalmente religioso em que ele conviveu. E o preço que pagou, ao longo da vida madura, por contrariar esses princípios de sua época, a moral vigente, a religião predominante e seus fanáticos, mesmo os colegas de ciência.

Não considero meu personagem hollywoodiano, como alguns críticos comentam, mas sim uma persona dramatis que o próprio Charles poderia ter sido, se os tempos e a cultura fossem outros. Por fim, considerem meu personagem, simplesmente... darwiniano. Um ser em constante evolução, adaptando-se e mudando em função do ambiente e descobertas.

E como ele provavelmente diria: evoluímos para dar asas a imaginação, à criatividade e à inspiração. Sejam elas provenientes de Deus ou uma adaptação do meio em que vivemos. Em “A Origem” presto meu tributo através do personagem ao homem real e sua fantástica obra.


 
 
 

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